sexta-feira, 25 de julho de 2014

A CORAGEM E O MÊDO

Força
A vida exige de nós – o tempo todo – uma grande capacidade de adaptação.

Aqueles que temem a mudança e a perda de uma situação confortável, onde
 tudo já é conhecido, são os que mais sofrem sempre que um novo desafio é
 apresentado pela existência.
A cada momento podemos ser surpreendidos por novas situações e circunstâncias
 e se não estivermos conscientes desta realidade, as mudanças sempre nos trarão
 ansiedade e medo.
Temos a tendência natural de evitar os imprevistos, como se eles sempre significassem
 uma ameaça. A melhor forma de nos libertarmos do medo é aceitar as mudanças como
 oportunidades de crescimento em nossa jornada evolutiva.
Visto que nossa passagem por este planeta tem uma curta duração, devemos
 aproveitar, a cada dia, a chance de superar a nós mesmos e nossas limitações
, e experimentar a alegria da vitória sobre a negatividade da mente, sempre que
 ela tentar nos dominar.
O medo é determinado pelo receio do ego em perder o controle sobre nós. Por isso,
 somente a sintonia permanente com nosso verdadeiro Ser pode nos dar a coragem
 para aceitar as dificuldades como bênçãos. Sem ela, continuaremos presas fáceis
 da ansiedade, da descrença em nosso poder e da postura de vitima que o ego insiste
 em nos impor.
Quando um novo desafio surgir e o medo se fizer presente, que possamos, apesar dele,
 seguir em frente com confiança e a certeza de que a vitória sobre o desconhecido e
 a insegurança trazem como resultado uma imensa alegria.
“A palavra coragem é muito interessante. Ela vem da raiz cor, que significa coração. Portanto,
 ser corajoso significa viver com o coração. E os fracos, somente os fracos vivem com a
 cabeça; receosos, eles criam em torno deles uma segurança baseada na lógica. Com medo,
 fecham todas as janelas e portas – com teologia, conceitos, palavras, teorias – e do lado de
 dentro dessas portas e janelas fechadas, eles se escondem.
O caminho do coração é o caminho da coragem. É viver na insegurança, é viver no amor e confiar,
 é enfrentar o desconhecido. É deixar o passado para trás e deixar o futuro ser. Coragem é
 seguir trilhas perigosas. A vida é perigosa. E só os covardes podem evitar o perigo – mas aí
 já estão mortos.
A pessoa que está viva, realmente viva, sempre enfrentará o desconhecido. O perigo
 está presente, mas ela assumirá o risco. O coração está sempre pronto para enfrentar
 riscos; o coração é um jogador. A cabeça é um homem de negócios. Ela sempre
 calcula – ela é astuta. O coração nunca calcula nada.
Coragem significa enfrentar o desconhecido apesar de todos os medos. Coragem
 não significa ausência de medo. A ausência de medo acontece se você passa
 a ser cada vez mais corajoso. Essa é a experiência máxima de coragem –
 a ausência de medo.
É esse o sabor quando a coragem tornou-se absoluta. Mas, de inicio, não há muita
 diferença entre o covarde e o corajoso. A única diferença é que o covarde dá ouvidos
 aos seus medos e os segue, enquanto o corajoso os põe de lado e segue em frente.
 O corajoso enfrenta o desconhecido apesar de todos os medos. Ele conhece
 os medos
, eles estão ali.
Enfrentar o desconhecido dá a você certa excitação. O coração começa a pulsar
 novamente, volta a se sentir vivo, totalmente vivo. Cada fibra do seu ser está
 vibrando porque você aceitou o desafio do desconhecido.
Aceitar o desafio do desconhecido, apesar de todo o medo, é coragem. Os medos
 estão ali, mas se você aceita o desafio várias vezes seguidas, devagarinho os
 medos desaparecem. A experiência de alegria que o desconhecido traz,
 o grande êxtase que começa a acontecer com o desconhecido, torna
 você forte o bastante, lhe dá certa integridade, aguça sua inteligência.
Basicamente coragem é pôr em risco o conhecido em favor do desconhecido
, o familiar em favor do estranho, o confortável em favor do desconfortável
 – árdua peregrinação rumo a algum destino desconhecido. Nunca se sabe
 se você será capaz de fazer isso ou não. É um jogo arriscado, mas só
 os jogadores sabem o que é a vida”.
Osho, do livro: “Coragem, o prazer de viver perigosamente”
Elisabeth Cavalcante


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